Do jornalista e escritor catarinense Salim Miguel:
[na barriga da minha mãe eu já dizia que queria ser só duas coisas na vida: jornalista e escritor. O jornalista precedeu ao ficcionista, mas o ficcionista que eu sou deve muito ao jornalista, porque o jornalismo me ensinou a ter uma maior visão das coisas, a escrever com muita rapidez e a ter a noção do que é essencial no texto. O ficcionista, por sua vez, fez com que eu fosse muito lento para concluir um trabalho de ficção. Quando eu terminava a primeira fase da escrita, quer fosse um conto, uma novela, um capítulo de um romance, eu deixava dormir primeiro por alguns meses e depois retomava para começar a mexer, a cortar. Porque, ao contrário de um amigo meu muito próximo, que faz uma planta baixa da sua escrita, antes de começar, eu, quando começo, eu não sei o que vai sair dali, mesmo porque eu não saio atrás dos personagens, eles é que me perseguem.]
Passando para agradecer a sua visita e o seu comentario e aproveitando para conhecer o seu Blog.
ResponderExcluirComecei a seguir o seu blog e assim, devagar vou dando os meus pitacos!
Bom domingo pra ti
Obrigado pela visita, Cris. Eu também gostei de seu blog. Para quem gosta da Itália, ele traz muitas informações importantes. Como eu gosto, vou virar frequentador assíduo e dar meus palpites por lá.
ResponderExcluirCiao
Onde começa o jornalista, onde acaba o escritor e onde terá ficado o poeta...
ResponderExcluirNão li toda a entrevista. Tentarei ler com mais calma.
Rime "eu não sei o que vai sair dali" - ontem pensava o mesmo acerca do conto colectivo, rs
OBRIGADA pela sua participação!
Nunca pensei que lhe conseguissem dar a volta para ter um final. Mas conseguiram.
Não sei se apreciou, se se aborreceu. A mesma pessoa pode interferir no guião as vezes que quiser e as "deixas" podem ser maiores.
Eu gostei. De votar, passámos a romance, depois a filme, depois a sonho, rs
Um abraço
Muita criatividade aí!
Boa semana !
Beijinhos
Lília
PS: Como já se viu, o Ex-critor tem muito talento para palavras, atá originar novos blogues (o latifundio digital), assim, num dos blogues cujas fotos e descrição me fascinam : www.grifoplanante.blogspot.com , o João Menéres, Todas as 2ªs. quinzenas de cada mês, deixa um novo DESAFIO:a escolha do título de uma imagem dele. Dê uma espreitadela se tiver tempo.
E beijinhos , de Lisboa
Onde termina o jornalista e começa o escritor? Esse é um tema que me agrada muito e que me persegue há muitos anos, desde que comecei no jornalismo e tive que abdicar da ficção. Mas às vezes os fatos da vida que vejo como jornalista são tão absurdos que mais parecem ficção. E ficção de má qualidade.
ResponderExcluirE o jornalismo me permitiu, além de exercitar minha escrita, focar melhor meus olhos para ver o mundo de outra forma. Isso também ajuda o escritor. As duas profissões se auto-alimentam, se completam.
O poeta, na verdade, nunca existiu. Poesia é ofício muito sério, para poucos. Se o trabalho do ficcionista é árduo, o do poeta mais ainda. Se o escritor precisa cada vez mais cortar as palavras, o poeta precisa escolher as palavras que serão salvas do extermínio, do holocausto. Como isso é difícil.
Gostei de participar do conto coletivo. Mas acho que ele foi escrito de forma muito rápida. Talvez se tivéssemos mais tempo para pensar no que queremos escrever, o resultado pudesse ser ainda melhor. Aí criaríamos verdadeiros desafios para quem fosse prosseguir a história. O que você acha?
O ficcionista escrevia
ResponderExcluiro jornalista analisava
o poeta engendrava.
para os três,
o mesmo abrigo.
e desafiavam-se
e riam uns dos outros
das facetas sobrepostas
esbatidas na palete
e ea sempre a mesma
a ladaínha no abrigo,
O ficcionista escrevia
o jornalista analisava
o poeta engendrava
O abrigo,
sempre o mesmo,
orgulhoso e sóbrio
as palavras abriga
Mas conseguir
não consegue
a ladaínha calar
então,
numa rendição renhida
inclina-se,
ao vento oferece
o refrão abrigado.
Hoje, todos sabem
de côr e salteado,
pois o vento,
alcoviteiro e agil,
a espalhou
O ficcionista escrevia
o jornalista analisava
o poeta engendrava
Olhe, ía responder-lhe e foi o que saíu, rsrsrs
Acho que temos muito a aprender consigo.
Com o jornalista, o ficcionista e o poeta camuflado.
Quem sabe, não lhe ocorre, colocar aqui alguma rúbrica, tipo "repórter digital" - convite aberto aos bloguistas, num dia específico, a relatarem algo. Isto depois de nos ensinar como se faz. Para desenvolvermos a síntese, escrever claramente mas com entusiasmo. Eu alinhava, logo. Sou uma trapalhona a escrever, rsrs
Quanto ao conto - que idéias me poderia dar? eu não estou satisfeita no modo como está. Tempo? bem, esse depende da disponibilidade das pessoas. Agradeço todas as sugestões.
E , afinal, chegou a ir ao blog "latifundio digital"????
Um abraço e muito obrigada
sorrisos do Arco-Íris, com afecto português, rsrsrs
Lília
Lilia,
ResponderExcluirOs versos ficaram divertidos. Gostei. E foram expontâneos, surgiram.
Interessante sua idéia de "repórter digital". Acho que, no fundo, todo mundo é um pouco repórter, porque gosta de saber das novidades e de contar para alguém. Basicamente isso é jornalismo. Só que o bom jornalista vai mais fundo, ouve mais pessoas sobre o mesmo assunto. Procura (teoricamente) ouvir as pessoas mais bem qualificadas e procura ser o mais isento possível no seu relato. Claro que a isenção total é impossível, porque somos seres humanos. O repórter se comove ao ver o drama humano que ele presencia e isso acaba passando ao leitor em seu texto.
Acho importante ter olhos para ver e ouvidos para ouvir. Ou seja, querer ver e querer ouvir, saber ver e saber ouvir. O resto é a prática do dia a dia, o conhecimento que o jornalista deve ter sobre o assunto. Eu falaria horas sobre a profissão. Mas não devemos nos iludir, é preciso saber ler o jornal e fugir das muitas armadilhas que ele arma para o leitor, engendradas por interesses que não são os jornalísticos e e nem de interesse público. Essa é uma história complicada....
Olá e bom dia!
ResponderExcluirDe Lisboa, de fugida para o Gerês!
Aínda bem que o improvisao o divertiu. às vezes saem-me estas coisas.
Bem, se repensar uma rúbrica tipo "repórter digital" estou lá! Mas 1º , tem que nos ensinar a relatar algo importante como se fossemos mesmo repórteres, rs
Quanto às notícias, faço o meu rastreio. E dias há, que nem televisão ligo.
Beijinhos
Lília