quinta-feira

[palavra favorita]

Do blog do colunista Ancelmo Góis, do Globo:
[qual a sua palavra favorita na língua portuguesa? Foi o desafio proposto a 35 autores do idioma, de cinco países diferentes, para o Dicionário Amoroso da Língua Portuguesa, organizado pelo bamba Marcelo Moutinho e pelo editor português Jorge Reis-Sá, que sai agora, pela Casa da Palavra.

Entre os 35 autores, estão desde jovens cujo talento desponta já nos primeiros livros a autores que, reconhecidos por público e crítica, ganharam prêmios literários como o Portugal Telecom, o José Saramago, o Jabuti e o Machado de Assis. Eles escolheram 35 palavras diferentes e tiveram a liberdade de trabalhá-las da forma que preferissem - contos, poemas, ensaios -, desde que expressassem uma sintonia de sentimentos por meio das letras.
Orientação segura: não dá para perder.


Uma das obras...
Leia um trecho de "Casa", de Fabrício Carpinejar:

A palavra casa foi centro de meu primeiro poema falso. O primeiro poema roubado. Meu pai ainda diz que falei quando pequeno o verso “a casa da árvore é a casa de Deus”. Quem disse foi o meu irmão Rodrigo, dois anos mais velho, e não adianta convencê-lo. Sempre que alguém me empresta um verso, não devolvo. Fico constrangido em negar. A vaidade não conta os trocos. Casa é a palavra mais bonita da língua portuguesa, porque é a mais usada e não perde seu viço. Casa é onde e quando. Junta as pessoas, junta duas escovas de dente, junta fotos e canetas, junta sapatos, junta dores e alegrias. Morre-se por uma casa, para pagar uma casa, para merecer uma casa. No casamento, o corpo se sente desobrigado a fazer tudo sozinho. O corpo casa com a casa. Toda mulher é uma casa dentro da casa. Com uma mulher dentro, a casa se torna na verdade um quarto. Ao sair do banho, a mulher é um bosque perfumado. Posso passar toneladas de xampu, de sabonete, de creme e não irei repetir a fragrância. A casa é uma mulher saindo do chuveiro. O perfume grosso de casca de árvore, não de pólen. (...) ]

7 comentários:

  1. Respondendo sua pergunta nos comentarios do blog da Lina Faria, o processado pela "escritora" é o jornalista Milton Ribeiro, de Porto Alegre! Mais detalhes do absurdo no seu blog:

    http://miltonribeiro.opsblog.org/2009/06/04/leticia-wierzchowski-processa-este-blog-ii-o-conteudo-da-inicial-escrita-pelo-advogado-de-roberto-carlos-e-da-rbs/

    Foi um prazer conhecer seu blog que desde já serei SEGUIDOR!

    Forte abraço

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  2. Eduardo,
    Que história maluca. Mas acho que aqui em São Paulo esse processo não teve tanta publicidade como no Sul, o que é uma pena, pois é mais uma tentativa de impedir a livre circulação das idéias. Em outra palavra que nós conhecemos bem: CENSURA. O mesmo que ocorreu com a biografia do Roberto Carlos. E, o pior de tudo, é que não vejo a reação enfática de jornais e editoras contra isso. É uma pena.

    Bom ter você aqui com a gente.
    Abração

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  3. Adorei a divagação sobre "Casa"
    Muito legal.
    Palavras podem ser tantas coisas...cheias e vazias. Depende como e quem as usa.
    Comprei hoje o Livro do Tezza.
    Bjks

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  4. Ondas e ondas aqui para remar!!!
    Volto com mais calma

    bjs.

    @dis-cursos

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  5. Miriam,

    Achei a idéia de escrever contos a partir de uma palavra favorita muitio interessante. Quero ler esse livro com certeza.

    A palavra casa é uma palavra forte. Acho que para mim também é uma palavra com um significado afetivo muito grande. Casa lembra família, lembra segurança, lembra refúgio, ou seja, coisas de que precisamos em nosso dia a dia. Acho que vou fazer um post sobre isso mais tarde.

    Você vai gostar do Tezza. Tenho certeza..

    Beijos

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  6. Jugioli,

    Volte sempre, ou melhor, não saia daqui.
    beijos

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  7. A minha palavra favorita é solidariedade... Ela coloca todos dentro da casa.

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