terça-feira

damosel



Tenho algumas cartas de minha mãe, escritas quando ela tinha 18 anos, no começo dos anos 50, quando ainda era solteira. E, ao encontrar esse "reclame", embarquei numa viagem no tempo, quando ela se parecia com essa moça recém-casada. O clima do comercial, a música, o texto, as imagens, os costumes da época parecem marcar um período mais feliz de nossas vidas. Uma felicidade ingênua. Talvez faça falta essa ingenuidade. Estamos falando de um período de pouco mais de 50 anos e parece uma história de Machado de Assis, cabrioles, anáguas, perfume Damosel.O mundo andou muito rápido ou fomos nós que que ainda estamos esperando o sinal abrir? Às vezes sinto saudades de um período que não vivi e passo a achar que bom mesmo eram os anos 40, quando qualquer botequim de Nova York vivia coalhado de músicos de jazz ou quando Oscarito e Grande Otelo representavam um protótipo de brasileiro pobre, mas alegre. Vestíamos uma camisa listrada e saíamos por aí. Saudade de quando as mulheres usavam Damosel e os homens perdiam a cabeça e as levavam ao altar.

6 comentários:

  1. Luiz, saudade dos teus textos apaixonantes...
    você repetiu aqui, um dia, uma reação que tenho sempre, e em relação à algumas pessoas:
    somos da mesma tribo.
    tenho certeza que sim.
    Não sou anacrônica, mas sinto também saudades de tempos que não viví.
    Eu queria, por exemplo, ter vivido as loucuras culturais dos anos 20 em Paris.
    Tomar pernot, encontrar Henri Muller e Anaís Anais. Ou Sartre e Simone. Ser, quem sabe, A Convidada.
    Modesta eu, né?
    Bonito o blog novo.
    Mas sou igual aquele cliente do buteco que monta um novo endereço chique.
    Continuo preferindo o boteco.

    Ah, em março vou a São Paulo!

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  2. Lina,
    Tenho andado muito atrapalhado por conta do trabalho e acabo não encontrando tempo para escrever. Na verdade, tenho escrito muito, mas são textos profissionais extremamente complicados, massantes. No fim do dia, estou cansado, com a fonte seca. Mas continuo teimando, como dizia dona Lindu.

    Essa saudade que temos de um período que não vivemos é uma espécie de reencarnação ao contrário. Se pudessemos, voltaríamos no tempo e tentaríamos aproveitar a companhia de pessoas que gostamos, estar presente nos concertos de artistas que fizeram história. Quanta coisa boa perdemos! Até já escrevi sobre isso, mas vou retomar esse assunto depois do que vc escreveu.

    Quando vc vier a SP me avise para nos encontrarmos. A nossa tribo precisa se reunir.

    Beijos
    Luiz

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  3. Saudades do tempo em que nos visitávamos. Bjs LAura

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  4. Luiz,

    Eu estou sempre fora do ar nesse mundo moderno demais...
    Ler seu texto me fez ir à busca das minhas saudades engavetadas...Por favor, escreva mais sobre isso. bjs

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  5. Laura,

    Vou ver as últimas atualizações de seu blog. Quero conhecer os novos e delirantes sonhos sonhados

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  6. Juliêta,

    Eu estou sempre olhando pelo retrovisor.

    bjs

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