Em 1969,no terceiro ano do ginásio, um colega de classe, filho do dono de uma loja de sapatos (a cada dia ele usava um par diferente), me emprestou o LP "Panis et Circenses", dos Mutantes. Foi um choque para quem estava acostumado a ouvir aquelas baladinhas românticas da Jovem Guarda. Devo ter arranhado o disco de tanto ouvi-lo. Panis et Cirecenses, que dava nome ao álbum, era minha preferida. Nem imaginava que grande parte daquele entusiasmo musical se devia ao maestro Rogério Duprat, autor dos arranjos.
Eu tinha um primo baterista que me apresentou à Bossa Nova e era fanático pela Elis Regina; ouvia minha mãe cantando Angela Maria, Caubi Peixoto e Dalva de Oliveira; meu pai gostava de Chico Alves. Mas os Mutantes eram muito diferentes daquele caldeirão de sons que eu estava habituado a ouvir. Devolvi o disco e só fui comprar meu exemplar há uns cinco anos, agora como CD.
Gosto de todas essas interpretações que encontrei no Youtube: a original dos Mutantes por poder rever Rita Lee, uma lindinha fácil de se apaixonar (hoje uma velhinha muito chata); a de Marisa Monte para me lembrar que um dia eu torci o nariz para ela, incomodado com o marketing que cercou sua descoberta e lançamento (hoje já superei); a do Boca Livre, pela voz maravilhosa desse grupo que também não mais existe.
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