Minha mãe lavava roupa cantando músicas de Caubi Peixoto e Angela Maria. Aos domingos, meu pai colocava na vitrola os discos em 78 rotações de Francisco Alves e Vicente Celestino. Eu lia Reinações de Narizinho sentado no canto mais ensolarado do quintal. Meus olhos ficavam ensopados de luz e, quando eu não suportava mais tanta claridade, entrava em casa e me sentia confortavelmente cego por alguns segundos. No livro, Emilia piscava o olho.
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