terça-feira

Seguido por uma idish mama

O blog possui agora cinco seguidores. Os dois novos, surgiram nesse feriado prolongado e enforcado: Jorge Fernandes e Miriam Halpern. Vi os blogs que o Jorge acompanha, inclusive um muito interessante sobre literatura, mas não havia links para o perfil dele. A Miriam, que fez um comentário sobre o texto Futebol, tem um blog (Mãe, Mulheres e Afins) muito legal com um foco bem familiar. Li alguns textos e lembrei de histórias parecidas de minha família, de histórias de superação de gente comum cuja vida não sai nos jornais.

Fico imaginando Miriam se descabelando para que tudo dê certo num jantar de família e depois colocando suas impressões serenas e filosóficas no computador, já com as mãos lavadas. E gostei muito do seu olhar de idish mama (será que é assim que se escreve Miriam?). Só quem tem mãe judia ou cristã de origem italiana ou portuguesa sabe do que estou falando. Essas mulheres são únicas: souberam nos educar com a dose certa de terror, chantagem e excesso de calorias e de carinho.

Um dia, minha mãe me telefonou para dizer que tinha me visto na estação Sé do Metrô e havia gritado o meu nome. Eu estava do outro lado da linha e não a vi nem a ouvi, em meio a todo aquele burburinho. Nem sabia que ela andava de metrô. Como gostaria de tê-la visto, subido as escadas rolantes e abraçá-la do outro lado, no meio da multidão apressada. Nem Fellini teria escrito uma cena como essa.

Às vezes ela me ligava no trabalho e pedia desculpas caso estivesse estava atrapalhando. Era para falar do jantar, de alguma roupa minha que havia passado. No dia em que Elis Regina morreu ela me ligou porque sabia que eu estaria triste e queria me consolar. Ficava me esperando chegar. Um dia tarde da noite ela estava sentada na sala vendo a reprise de um jogo de futebol sem nenhuma importância. Por que me esperou, eu disse que chegaria tarde, eu perguntei. Ela disse que não estava me esperando, estava assistindo ao jogo, ora bolas.

4 comentários:

  1. Sua escrita é leve e fluida. Gostei. Cheguei aqui pela mão da Miriam, minha amiga de infância. Vou seguir vc, viu? Elza

    ResponderExcluir
  2. Fico contente Elza. Pode seguir que você não vai se perder. Às vezes eu me escondo, mas você me achará. Eu deixo pistas.

    ResponderExcluir
  3. Nossa....
    Contei de você pra Elza.
    Ela é amigona das boas!
    Foi ela que me apresentou este vicio.
    Até mais
    Miriam

    ResponderExcluir
  4. Quem sabe a Elza traz mais gente pra cá.

    ResponderExcluir

Dê seu pitaco