terça-feira

A louca da Pavuna

Praça da Pavuna, frequentada pela louca.
Essa imagem tem alguma coisa de surrealista.

O dia amanheceu sem chuva e o outono se impôs em sua face mais marqueteira, trazendo aquela luz típica de olhos azuis. Deixei meu óculos de sol em casa para poder enxergar a cidade com suas cores outonais sem nenhuma interferência.

Enquanto caminhava para o trabalho, muito cedo pela manhã, me veio uma idéia à cabeça: escrever uma história com o título "A Louca da Pavuna". Não sei porque, talvez alguma referência rápida que eu tenha lido sobre esse bairro carioca em alguma crônica da Clarice Lispector. Ou o samba de Almirante. Ou porque o nome Pavuna lembra mistério, periferia carioca de antigamente, Machado de Assis, João do Rio. Uma história com uma certa nostalgia da vida suburbana do Rio que eu conheci na infância na casa de meus avós, mas que eu apenas sei que existiu ao ver as fotos no álbum de fotografia de minha mãe.

Já tenho o título. Falta a história.

2 comentários:

  1. EX-CRITOR: Quem realmente sabe escrever tem o dom de transmitir sensações que já passou, quem "tenta escrever"... Ao ler esse texto seu, me vi com o probleminha: Tenho o título; falta a história. São frases soltas, títulos que se empurram na minha cabeça para sair, mas não dá tempo de escrever na hora e acabo por perder a inspiração... Já pensei que posso resolver isso como Rubem Alves, que utiliza suas frases soltas, mas aí lembro: Rubem Alves é Rubem Alves, EU, sou SÓ EU... rsrs
    Ha! A imagem que usou hj é fantástica, tem algo de surreal msmo.
    Em outra postagem fala sobre o título de seu blog, que foi mto bem colocado. Eu ainda procuro um título para o meu.
    Um último comentário: fala que não consegue descobrir nada sobre suas seguidoras, mas e VOCÊ; não dá para saber nada sobre vc tbm...
    Parabéns pelo blog, escreve encantadoramente. Acabou de ganhar mais uma seguidora fiel.
    Abraços

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  2. Cíntia,

    Fico feliz por você ter gostado do blog. Por ser jornalista eu sou muito curioso e observo muito as pessoas. Sou detalhista. Agora, eu sou um pouco tímido e acabo não me expondo muito. Mas ao não me identificar totalmente, ainda, pretendo com isso que o foco de quem lê fique mais sobre o texto. Quero que o texto seja a ponte com o leitor. Mas, vou me identificar sim, quando eu concluir esse trabalho, que eu não sei quando será.

    Quero transformar esse blog num livro, claro que retrabalhando os textos. Na verdade, os textos já publicados aqui são retrabalhados quase todos os dias. Sempre eu mudo alguma coisa. Ele é uma espécie de work in progress. Quando o projeto estiver concluído e se tornar viável editorialmente (se se tornar), vou falar mais sobre mim (na verdade estou falando bastante de mim nos textos). E responderei às perguntas de quem tiver algum interesse em particular.

    Meu "conselho" para você na questão do título antes da história: deixe a idéia fluir, mesmo que seja um processo demorado. Vá por associação das imagens. Escreva o que vier à cabeça (sem censura), escreva e não mude nada. Depois você retrabalha, altera, acrescenta, muda totalmente se for o caso. Uma idéia acaba puxando outra. O Marçal Aquino, por exemplo, me disse que ele nunca sabe como a história vai terminar. Em determinado momento ela pode mudar de rumo, os personagens acabam tomando o controle da história.

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